Crítica: Às Vezes Quero Sumir
“Às Vezes Quero Sumir” mostra uma pessoa fechada com o mundo, que encara suas inseguranças ao conhecer um novo interesse amoroso.
Fran é uma mulher retraída e reservada, que constantemente pensa sobre a morte. Após a chegada de Robert, seu novo colega de trabalho, seu cotidiano é alterado, com a introdução de um possível par romântico. Assim, a protagonista é posta para enfrentar seus medos e inseguranças, algo de grande incômodo, saindo de sua zona de conforto e fazendo novas conexões sociais.
O filme pode ser descrito como monótono, mas em um bom sentido. Fran é uma personagem extremamente introspectiva, focada em seus pensamentos, evitando interações sociais. Com isso, faz sentido a obra apresentar uma lenta progressão, mas, ainda assim, contínua, fazendo com que o público não se sinta entediado. Ao retratar os pensamentos mórbidos de Fran e apresentando cenas que mostram apenas a paisagem em que o filme se passa, a conexão do espectador com a protagonista aumenta, entendendo seu subconsciente e sentimentos.
Daisy Ridley traz uma atuação convincente, retratando com louvor a introversão de Fran. A trilha sonora aumenta ainda mais a ambientação do filme, trazendo uma sensação de conforto e marasmo. É difícil definir a obra em um gênero específico. Afinal apresenta cenas pontuais de comédia, muito bem inseridas por sinal, romance e drama, mas nunca abandonando o ar de melancolia.
“Às Vezes Quero Sumir” não decepciona, a menos que o indivíduo esteja procurando um filme de romance genérico. Sua proposta está na evolução da protagonista para com o mundo externo, lentamente se abrindo para Robert, para os colegas de trabalho e até para si mesma. Com isso gerando uma reflexão: não tem problema se expressar com as pessoas ao seu redor.
Texto por: Pedro Altaf dos Santos