Crítica: Baby
“Baby” é um romance nacional que mostra muito sobre a família que escolhemos e os dilemas da vida que vem com a inocência, crescimento e fragilidade.
Wellington é liberado de um centro de detenção para menores, mas logo quando chega em casa ele se surpreende com a noticia de que seus pais foram embora, sem dizer para onde. Após receber ajuda de uma vizinha, ele vaga por São Paulo até que, na noite, encontra alguns amigos. juntos, então, seguem para um cine pornô, frequentando majoritariamente por homens e é lá que conhece Roberto. Ele, por sua vez, é um homem de 40 anos que trabalha como garoto de programa. Roberto acolhe Wellington e assim começa uma relação bem fora do padrão.
O filme vem em um momento feliz, afinal para as mais diferentes camadas sociais, o assunto dos “jobs” está em debate. Isso faz com que, uma sinopse como essa, que antes afastaria, hoje atrai e não demanda de muitas explicações. Hoje muitos conhecem quem trabalha na noite, e isso é debatido de forma mais natural.
Em meio ao sexo e as drogas, vamos vendo realidades que são bem distante da ficção. Ronaldo tem um filho e sua esposa é lésbica, e ela mora com sua namorada e eles separados. Para além dos programas, Ronaldo também vende drogas e, naturalmente Wellington passa a participar desse mundo. É assim que, então, ele adere o apelido de “Baby”. Junto disso, sua inocência o coloca em situações de abuso. Seja um abuso afetivo, sexual e policial. Com isso, mesmo com idades distantes, Roberto e Wellington não são diferentes. Cada um, a sua maneira, está lidando com a solidão urbana e buscando o acolhimento.
“Baby” é impactante e sem pudores, como poucos que se arriscam em abordagens semelhantes.