Crítica: Silvio
“Silvio” é uma biografia de uma das personagens mais famosas da TV nacional, e no ano que perdemos essa figura, não tivemos uma homenagem, mas sim uma ofensa com esse filme.
Cinebiografia é um gênero de filme que eu gosto bastante. Temos muitos que são chapa branca, outros escolhem uma determinada fase da vida da personalidade ou escolhem um fato pra narrar e detalhar. E esse é o caso do filme do Silvio. Escolheram narrar, em grande parte do filme, o acontecimento do sequestro da filha e do Silvio, e no meio disso trazer flashbacks com as suas origens.
As cenas dos flashbacks chegam a ser exageradas, elas são usadas como pontapé pra um diálogo ou decisão do Silvio durante o filme. Silvio precisa tomar uma decisão durante o sequestro e do nada o flashback vem pra sustentar a decisão. As poucas coisas positivas dos flashbacks são alguns detalhes da infância e como a personalidade do Silvio foi se estruturando. A atuação do jovem Silvio Santos, que claramente é melhor do que a atuação do Faro.
O ponto que mais pesou antes do filme ser lançado foi a caracterização e escolha do Faro para o papel principal. A maquiagem causa uma distração enorme quando o Silvio fica envelhecido e as tentativas do Faro pra trazer identidades únicas do Silvio são desastrosas. As cenas de tensão do filme durante o sequestro chegam a ser bizarras. O excesso de frases motivacionais do Silvio com a arma apontada pra cara, e a confusão mental do sequestrador que fica tendo flashes do Silvio na mente dele mostra a bagunça.
E falta credibilidade em tudo, na história, nos personagens, nas atuações. Um dos piores do ano. E a triste coincidência de ter o filme no ano que o Silvio Santos nos deixou.
Texto original por Pedro Henrique, adaptação por Frednunes