Crítica: Bolero – A Melodia Eterna
Bolero: A Melodia Eterna é um filme de 2025 dirigido por Anne Fontaine, que narra a história do compositor francês Maurice Ravel.
Conhecido por suas composições refinadas, Ravel alcançou fama mundial principalmente pela obra Bolero. Filmes sobre compositores ou escritores do passado são uma bela oportunidade de “reinventar” aspectos da vida dessas figuras, indo além do que já está registrado em biografias e enciclopédias virtuais. É preciso adicionar uma dose de drama para tornar a história mais envolvente — como foi feito em Amadeus ou Anônimo (sobre Shakespeare).
A trama principal se passa durante os chamados “anos loucos” da Paris de 1928. No entanto, o filme começa mostrando a juventude de Ravel, quando ele recebe uma negativa em um teste para compositor e decide fazer algo que poderia mudar sua vida para sempre. Anos depois, já consagrado no mundo da música, Ravel é convidado pela bailarina Ida Rubinstein a compor uma nova obra para seu balé. A partir daí, o filme foca nas dificuldades enfrentadas pelo compositor durante o processo criativo, além de explorar seus relacionamentos e os traumas deixados pela guerra, que o assombram constantemente.
O filme se destaca pela construção de cenários e pela bela fotografia. A trilha sonora se encaixa perfeitamente, mantendo o espectador interessado do começo ao fim. Mesmo sendo uma produção relativamente simples sobre um compositor, a diretora faz questão de nos transportar para aquele universo e nos manter envolvidos.
O único ponto fraco de “Bolero: A Melodia Eterna” está no roteiro, mais especificamente no desenvolvimento das personagens femininas ligadas a Ravel. Em diversos momentos, fica confuso identificar quem é esposa, amante ou secretária. Só no final conseguimos ligar os pontos e entender quem é quem.
Texto original por Filipe Coelho, adaptação por Frednunes