Crítica: Boca a Boca (1ª Temporada)
“Boca a Boca” é uma série nacional da Netflix que surgiu apagada frente as recentes estreias, mas é um paralelo ótimo com nossa sociedade.
Na cidade de Progresso, os adolescentes começam a se infectar com uma doença misteriosa. Investigando, descobrem que tudo começou após uma festa e o trio protagonista acaba fazendo um mapa do beijo, considerada a forma de transmissão. Além disso, os dramas clássicos da adolescência se misturam. Mas o maior destaque é que todos os personagens são bem trabalhados e jogam na nossa cara muito da sociedade brasileira, principalmente nos dias de hoje. Inclusive, para o bem ou para o mal, muitas das tramas ganharam versões reais nos jornais.
De início, claro, temos o vírus. Todo paralelo é tão óbvio que não tem como não reconhecer. No início também, os moradores ignoram, entrando em negação, surgindo inclusive um desafio do beijo nas redes sociais. Depois, quando as mortes começam, pânico e preconceitos. Afinal, a sociedade de Progresso é limpa e o mal vem de fora, do diferente. Por sinal, o nome Progresso já é contraditório, pois a cidade é toda baseada em fundamentos bem conservadores.
Inclusive o Prefeito que, apesar de triste pela morte da filha, se rende ao preconceito quando é impedido de enterrá-la. O motivo disso? Moradores ameaçaram chamar a imprensa e ele diz que seria um risco para imagem dele. Uma das cenas mais fortes é quando um dos jovens é brutalmente espancado por um grupo enquanto ao fundo, temos o louvor da igreja tocando uma mensagem de amor. Ou até mesmo quando apesar de décadas dedicadas, uma mãe é expulsa de casa por não ser mais capaz de trabalhar apesar de “ser considerada da família”.
“Boca a Boca” não é sobre o problema óbvio, mas sobre aqueles que ignoramos. Estamos todos doentes!
A série é bizarra
O negócio começa bem, mas depois a trama prova ser pessima!!
acompanhar um episódio de 45 minutos é um tormento e as atuações são sofríveis.