Crítica: Criando Dion
“Criando Dion” é uma série da Netflix que aborda as dificuldades de uma mãe solteira ao criar um filho com poderes que é um imã para problemas.
Nicole mora de aluguel sozinha e sua vida é uma confusão. Seu marido Mark morreu ao salvar uma vítima de afogamento. Dion é seu filho e estava tudo normal, até ele perceber que podia levitar objetos. Aos poucos e a medida que crescia, ia desenvolvendo outras habilidades e acabou por atrair uma entidade feita de relâmpagos. Além deles, temos Pat, um fã de quadrinhos e padrinho de Dion que desenvolve uma relação inicial de mentor com o garoto.
Por ter uma trama fantástica, com poderes e seres misteriosos, é difícil perceber que o protagonismo é dividido entre Nicole e Dion. Afinal, apesar do detalhe poderoso, a série retrata bem os desafios de uma mãe solteira. Nicole se divide entre cuidar do filho e o emprego/busca dele. Ainda, a série toma uma decisão corajosa ao colocar ela encarando tudo e negando as ajudas que vêm por “pena”. Isso abre também o debate de como ela é vista, por outros próximos, como incapaz de cuidar do garoto, colocando a culpa disso no luto, principalmente.
Por se tratar de uma série voltada para o público infantil, ela é mais “madura” que o padrão dessas produções. Enquanto a trama se desenvolve, são abordados, direta e indiretamente, temas sérios e atuais. Temos a perseguição/obsessão de um outro personagem com seus relacionamentos, racismo, tratamento de pessoas especiais e até uma crítica ao poder da indústria farmacêutica. Esse último ainda pode se desdobrar, visto que o lucro teve sim um obstáculo frente a opinião popular.
“Criando Dion” tem material o suficiente para mais uma temporada. Contudo, nada foi confirmado pela Netflix.