Crítica: Tick, Tick… Boom
“Tick, Tick… Boom” é um filme baseado na vida de Johnatan Larso, e garante algumas indicações ao Oscar para a Netflix.
Johnatan Larso é um dos maiores nomes do teatro musical. Contudo, ele morre cedo aos 35 anos e infelizmente não vê seu maior sucesso sendo apresentado nos palcos. E, sabendo disso, a pressão do personagem em produzir algo antes de chegar aos 30 anos, ganha um peso maior. Entretanto, perto de seu aniversário, está prestes a estrear uma obra que já trabalha há algum tempo, mas sofre com um bloqueio criativo.
Dessa forma, o filme é também sobre o processo criativo e como ele acontece. Claro, cada um tem seus costumes, mas o próprio filme verbaliza, muitas vezes, como Johnatan sempre transformava as coisas em músicas, gerando inclusive conflitos. Outro ponto discutido é o quanto você se sente realizado com o que faz. Afinal, trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar? Está atuando na área que sonha desde pequeno ou se rendeu a única alternativa que lhe foi apresentada para sobreviver?
Sendo assim, esse não é um musical tradicional. Não temos grandes números com coreografias incríveis frequentemente. Mas aqui é mais realista e as letras menos fantasiosas. Por mais que reflitam o perfil de Johnatan, elas ainda retratam uma realidade. E, mesmo quando consegue, a mensagem que fica no diálogo é clara. Você não se realiza com seu único projeto amado sendo concretizado. Você continua a escrever, dar aulas, desenhar… E, ainda mais, outro conselho, produza sobre o que você conhece.
“Tick, Tick… Boom” está presente em algumas categorias do Oscar 2022. Andrew é o favorito para receber o prêmio de “Melhor Ator”. Porém, mesmo fora ou até perda clara, podia sim estar entre os melhores filmes.