Crítica: Diários
“Diários” é uma série italiana da Netflix que apresenta, ao explorar o protagonismo, diversas temáticas típicas da adolescência.
Apesar de Pietro ser, em tese, o protagonista, na verdade toda a sua turma tem seu momento. Para uma série no qual contamos com uma quantidade grande de personagens, é comum que alguns acabem apagados. Mas aqui, a divisão é bem feita, de uma forma que mesmo aqueles com pouco destaque, tem seu desenvolvimento. Além disso, essa divisão permite que cada um demonstre um tema relacionado ao crescimento, de uma forma que o protagonista não passe por tudo. Além disso, cada um desses temas, apesar de simples, são tratados com a seriedade que a classificação permite.
Temos a dificuldade em dizer não para os outros, descoberta do primeiro amor, seja qual for a forma de amar. Problemas relacionados a saúde, tanto física quanto mental. A dificuldade em se sentir pertencente a um grupo ou quando mesmo próximos fisicamente, estão distantes. A relação com a família ao crescer, irmãos mais velhos ou mais novos e o divórcio recente ou já permanente. Ou até mesmo rivalidade nos esportes ou “amor”. O primeiro “sim”, ou o primeiro “não”.
Os episódios são, com exceção do primeiro, bem curtos. A forma leve que tudo se desenrola pode gerar sim uma sensação de que nada acontece, mas é o contrário. Isso é quebrado quando cada episódio foca em um protagonista que, inclusive, discute com o espectador seus pensamentos. Assim, a trama da escola ou até a aposta é esquecida e o tempo passa de forma mais natural.
“Diários” é aquela grata surpresa despretensiosa que descobrimos num dia onde só queríamos algo para ver e relaxar. O tipo de produção que eu, com meus 12 anos de idade, gostaria de ter assistido.