Crítica: Palhaço Assassino
“Palhaço Assassino” é um documentário da Netflix que traz a história de John Wayne, que matou e enterrou em sua casa dezenas de jovens rapazes.
Um homem bastante influente na comunidade, uma pessoa que todos gostam. Famoso por sempre ajudar e dar festas onde diversos políticos e membros da comunidade estavam presentes, como desconfiar de John? Afinal, além de todo essa popularidade, ele aparentemente tinha uma família e vida felizes, tendo inclusive sua própria empresa. Era nessa empresa onde ele contratava jovens rapazes para trabalhar em meio período, ação que dava ainda mais força na sua identidade social, afinal estava empregando e ensinando os meninos. Inclusive, por muitos deles, respeitado como um pai.
Acontece que era através dela que a maior parte das vítimas tinham seu primeiro contato com aquele que viria ser seu assassino. O que começava com um emprego, evoluía para uma relação de confiança onde, quando John começa a dar investidas, tudo era levado como brincadeira. Até mesmo quando essa brincadeira era ser algemado. E, mais uma vez, temos um homem que se aproveita da marginalização e negligencia policial para cometer crimes sem ser pego.
Apesar da característica principal ser a imobilidade, impedindo que a vítima pudesse se defender, ele fica famoso mesmo pela sua fantasia de palhaço. E, justificado por ele, o personagem era uma forma de se aproximar sem levantar suspeitas, afinal, tudo faz parte do show. Estima-se que durante os anos atuando, ao menos 33 adolescentes foram mortos. Esse número é indefinido pois, em um momento, não havia mais espaço em seu porão para esconder os corpos e ele passa a desova-los em um rio.
“Palhaço Assassino” é um caso que ainda hoje é discutido. Mas se algo é certo, os maiores assassinos sempre se aproveitam dos preconceitos para ter “as vítimas certas”.