“Triângulo da Tristeza” é mais um dos indicados ao Oscar 2023 que faz por merecer nas categorias técnicas, mas nem tanto no grande prêmio.

Carl e Yaya são modelos, mas enquanto Yaya está no seu melhor momento, Carl já começa a sentir o fim de sua carreira. Porém, apesar de serem os personagens que mais acompanhamos ao longo do filme, não sei se colocar como “principais” é uma forma correta. Afinal, ao longo de todo ele, que é dividido em partes, percebemos que eles são mais um. Logo, é seguro dizer que não temos principais aqui.

Na expectativa de salvar o namoro, vão juntos para um iate com outros bilionários. Aqui conhecemos outros estereótipos como o capitalista, a chefe exigente, o gênio da tecnologia que não sabe lidar com mulheres e o capitão negligente. Contudo, o destaque está na sátira do quão fúteis e horríveis são as pessoas em posição de poder, principalmente o financeiro. Estão sempre certas, lucram com tudo e até mesmo com a morte ou não aceitam receber “não”. Já a terceira parte, com o naufrágio, temos a inversão da hierarquia, mas com alguns aspectos semelhantes.

Podemos considerar que o filme é pessimista, ou realista. Afinal, nas três partes vemos que quem tem mais poder é, de certa forma, consumido por ele e abusa dele. Abigal é o exemplo mais contrastante, já que ela vai de faxineira do iate para a líder do grupo após o naufrágio, mas mesmo assim assume uma postura autoritária, que vai desde dar as ordens até se aproveitar sexualmente de Carl.

“Triângulo da Tristeza” não é um filme fácil de se assistir, não pela profundidade, mas sim pela falta de estímulos, que só acontecem após a metade da segunda parte.