Crítica: Tore
“Tore” é um drama da Netflix que discute um pouco sobre a atual geração, que vem saindo tarde da casa dos pais, e como conflitos surgem com esse amadurecimento tardio.
Tore tem 27 anos e ainda mora com seu pai e o cão da família. Ambos trabalham juntos em uma funerária e sua melhor amiga é, aparentemente, seu único contato social externo. Entretanto, em um dos trabalhos, seu pai é atropelado por um caminhão de lixo e acaba falecendo. Com isso, Tore é forçado a assumir responsabilidades enquanto lida com luto e descobertas pessoais. Infelizmente, todas as emoções juntas e de uma vez fazem com que ele se perca e não consiga lidar.
O tema do crescimento tardio já é discutido. Enquanto no passado era comum jovens saírem da casa dos pais aos 18, agora até os 30 ainda temos quem more junto. Contudo, Tore é um rapaz gay que ainda está se descobrindo, então somamos também essas experiências da adolescência tardia ao enredo da trama.
É nessa solidão que se vê dividido entre as emoções. Luto pela perda do seu pai, conflitos com sua melhor amiga, um crush em um rapaz enquanto se envolve com Victor, alguém que conheceu em uma boate e o apresenta a vida boêmia. Tudo isso deixa o espectador igualmente confuso, o conflito é passado para fora da tela quando a transição de núcleos e até mesmo a quem ele recorre para tentar lidar com os problemas. Em um mundo perdido, Tore se complica com as mentiras ou meias verdades.
“Tore” não é uma produção fácil de assistir e se sustenta bastante pela qualidade da atuação de cada um, do principal aos coadjuvantes.