Crítica: A Natureza do Amor
“A Natureza do Amor” retrata a descoberta de uma nova paixão, causada pelo adultério, e suas consequências em um mundo contemporâneo.
A professora Sophia se desvincula de sua vida monótona ao conhecer o empreiteiro Sylvain, responsável pela reforma de sua casa de campo. Os dois personagens acabam tendo um caso e se apaixonam, fazendo com que Sophia tenha que escolher entre uma vida confortável e sem riscos ou a experiência de um novo relacionamento. Por pertencer à uma classe economicamente superior, passa a encarar diferentes perspectivas sociais, partindo para uma jornada de reflexão. Afinal, os ideais com que está acostumada contrastam com os de Sylvain, um homem da classe trabalhadora.
Dito isso, apesar de ser um romance, pode muitas vezes quebrar expectativas, por não ter a casualidade de uma obra do gênero. O filme apresenta diálogos e momentos de muita análise, não sendo a escolha ideal para alguém que procura assistir uma simples história de amor. Porém, tem-se uma dose dos “clichês” de narrativas românticas, acrescentadas de cenas de humor bem elaboradas. A quebra de normas e condutas sociais são outros temas abordados, como o próprio adultério, que no filme não é tratado com negatividade.
Apesar de apresentar uma paixão explícita entre o casal, a atuação atrapalha na conexão do espectador para com os personagens, pois não entregam a sensação da existência de um amor verdadeiro. Ambos parecem ter apenas um desejo sexual muito forte, podendo ser a intenção da diretora, mostrar que o amor, em sua forma verdadeira e natural, é apenas um sentimento carnal.
“A Natureza do Amor” não é um filme de romance qualquer, possui mensagens e críticas sociais explícitas e constantes, mas ainda assim tem sua simplicidade, retratando a paixão entre dois indivíduos.
Texto de Pedro Altaf dos Santos.