Crítica: Câncer com Ascendente em Virgem
“Câncer com Ascendente em Virgem” é uma dramédia nacional que sabe dosar o humor ao abordar um tema sensível, mas mais comum que imaginamos.
Clara é uma professora de matemática que, além de fazer sucesso com seus alunos, também atua na internet. Divorciada, ela vive com sua filha adolescente e com a presença constante de sua mãe. Em um exame, ela descobre que tem câncer de mama. Agora, em meio ao tratamento, Clara vai vivendo e se tratando da doença de uma forma que ela possa viver, mas viver além do que esperam da situação.
Particularmente, assisti ao filme durante uma sessão especial que contou com pacientes, profissionais da saúde e parte da equipe do filme. Por mais que sempre pensemos no filme ao escrever, é inegável que ver nesse momento, cria um contexto além. O ambiente com o público, para além de qualquer jornalista ou crítico, mostra que o filme acertou ao conversar com eles, trazendo lágrimas e risadas, representando um pouco de tudo, desde a descoberta, tratamento, cura ou a perda.
Dizem que o m ais difícil é, na verdade, fazer sorrir. Ainda mais se tratando do câncer de mama. Mas como o próprio filme mostra, seja qual for o momento de nossas vidas, há alegria, mesmo em meio a tristeza. Conhecemos novas pessoas, experimentamos outras coisas ou nos permitimos experimentar. Afinal, “o contrário vida não é a morte, mas sim o desencanto”.
“Câncer com Ascendente em Virgem” é um filme esperançoso, mas realista. E essa segunda característica é a maior qualidade da produção. A qualidade da ficção é mais explícita quando faz espectador ver a si mesmo, sabendo que é para ele e por ele.