“Telefone Preto” é mais um dos filmes que sofreram com agendamento no pós pandemia, mas também é um ótimo acerto da Universal.

Finney é tímido, mas perspicaz. O garoto tem uma irmã mais nova, Gwen. Sua irmã diz ter sonhos que, na maioria das vezes se tornam realidade. Ambos perderam sua mãe e vivem apenas com seu pai que tem problemas de alcoolismo e também os agride. Na cidade onde moram está havendo uma série de sequestros de crianças, ainda sem solução. Em um determinado dia, Finney se torna a vítima desse sequestrador e, além dos dons de sua irmã, sua maior ajuda vem de um telefone na parede, um meio de contato com espíritos dos jovens sequestrados anteriormente.

Definitivamente, o filme vai estrar no grupo dos filmes de terror com baixo orçamento, locações limitadas e um lucro absurdo. Quase todo ele é filmado em um porão, onde além de um colchão, apenas o telefone é sempre evidenciado. A personalidade do sequestrador, somado sua máscara, torna ele penetrante e característico, assim como o bonequinho de “Jogos Mortais”. Mas também suas interações com o garoto, que demostra como funciona mentes que chegam a tal ação, metódicas e curiosas.

O terror é pontual, um milagre dado os últimos filmes do gênero. Há sim alguns “jumps“, mas eles são bem trabalhados e nada exagerados. Finney não é a primeira vítima, claro, e isso fica ainda melhor quando notamos que sua fuga só se deu pelos pequenos passos que os outros deram. Os mais fortes o ensinam a lutar, os mais inteligentes dão a perspectiva de como pode dar certo e também há aqueles que o orientam por terem errado antes.

“Telefone Preto” pode ter demorado, mas é uma espera que valeu muito pela experiência!