Crítica: Until Dawn – Noite de Terror
Assistir a “Until Dawn – Noite de Terror” sem o conhecimento prévio do jogo original me proporcionou uma perspectiva talvez mais imparcial, despojada das expectativas que os fãs poderiam ter. E, nessa visão, o longa se configura como um terror mediano, que cumpre a função de entreter sem, contudo, deixar uma marca duradoura.
A trama, com o grupo de jovens isolados e ameaçados, segue a cartilha de muitos filmes do gênero, e embora não traga grandes inovações, também não se torna cansativa ou arrastada. A direção de David F. Sandberg aqui parece mais segura e eficaz em comparação com seus projetos anteriores que, com exceção do aclamado curta “Lights Out”, não alcançaram grande sucesso. Os sustos, mesmo que previsíveis em alguns momentos, funcionam o suficiente para manter a atenção na tela.
Curiosamente, a sensação de que os personagens tomam decisões questionáveis, um clichê recorrente em filmes de terror, não me pareceu tão exacerbada em “Until Dawn”. Talvez a dinâmica da ameaça ou a urgência das situações atenuem essa percepção, fazendo com que as escolhas, ainda que nem sempre brilhantes, pareçam compreensíveis dentro do contexto da narrativa. Além disso, as atuações conseguem transmitir uma certa empatia pelos personagens e conferir importância à dinâmica de “amizade” que eles compartilham, mesmo em meio ao perigo.
No geral, “Until Dawn – Noite de Terror” se apresentou como um filme de terror que não compromete a experiência na sala de cinema. Ele entrega alguns momentos de tensão e suspense sem, no entanto, elevar-se acima da média do gênero ou se destacar por uma originalidade marcante. Para quem busca um terror despretensioso para passar o tempo, sem grandes expectativas de profundidade ou inovação, o filme pode ser uma opção válida.
Texto original por Filipe Coelho, adaptação por Frednunes