Crítica: Eismayer
“Eismayer” conta a história real de um treinador do exército que vive uma história de amor com um de seus recrutas.
Um dos mais temidos treinadores do exército austríaco, um exemplo de homem macho, começa a se apaixonar por um de seus recrutas que é abertamente gay. Uma sinopse simples, mas que explica o filme muito bem. O conflito aqui não é nenhuma novidade, tão pouco um tema pouco explorado. Talvez, seu maior chamariz é o fato de ser baseado em uma história real e que, diferente da maioria, Falak já é apresentado como alguém que não tem problemas com sua sexualidade.
O ambiente militar é um dos mais atrasados da sociedade. Isso nem de longe chega a ser uma crítica, mas um fato. Toda a estrutura é baseada no não questionar, apenas obedecer. Até por isso temos tantos exemplos recentes de especialistas que mal sabiam fazer uma entrega básica. Tal questão ainda é reforçada quando notamos que não é apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Um soldado bom é aquele que não pensa por si.
Enquanto Eismayer tem seus sentimentos por outros homens, ele não pode ser assim. Afinal, isso vai ao oposto do que é ser militar. Mas quando Falak entra para o exército, mesmo expressando sua individualidade e até enfrentando a autoridade para ter respeito por quem é, isso o deixa confuso. Sua existência, suas crenças e seu objetivo ali são colocados sob reflexão.
“Eismayer” seria um filme mediano se não tivesse o apoio da veracidade. Aclamado por mostrar a história real, se destaca do que é considerado ficção. Assim como buscamos nos aproximar das pessoas, filmes bibliográficos nos faz sentir mais por serem exatamente isso, reais. Ou parcialmente reais, né.