Crítica: Em Nome do Céu
“Em Nome do Céu” é uma minissérie exclusiva do Star+, que traz um detetive que durante uma investigação começa a questionar até mesmo o que acredita.
O estado de Utah é famoso nos EUA, e fora dele, pela grande comunidade de mórmons que vivem ali. Conhecidos por ser um povo religioso, bem unido e levando em conta que a trama se passa na década de 80, a cidade não tinha crimes graves. Mas tudo isso muda quando um duplo assassinato ocorre e há indícios de razões religiosas. Agora cabe ao detetive, e também mórmon Jeb Pyre, investigar o caso enquanto lida com duras verdades sobre sua fé.
A série brinca com presente e passado, traçando semelhanças do ocorrido com as descobertas históricas de Jeb. Enquanto o principal suspeito está detido, questões relacionadas a sociedade mórmon vão sendo levantadas e mais tarde questionadas. Até onde deve-se respeitar as leis divinas antes das terrenas? Quais assuntos da igreja são tratados de formas um tanto questionáveis visto a sociedade? Quais mentiras, ou ao menos omissões, foram ditas ao longo do tempo?
Contudo, o foco tem de ficar na dualidade que Jeb tem sobre suas crenças. Afinal, não é uma novidade ou surpresa as razões que levam até o crime. Desde o início vemos que o que incomodava os demais era o fato de Brenda ser independente. Ela não aceitava ordens dos homens, estudou, questionava, procurava por uma carreira, e por fim, também ajudava as outras a lidar com os maus tratos. Ou seja, ela é tudo que homens não gostam de ver em mulheres, ainda mais homens religiosos, ensinados desde de pequenos que eles são “os portadores do sacerdócio”.
“Em Nome do Céu” mostra que a loucura é possível e sempre disfarçada.