Crítica: Fervo
“Fervo” é uma comédia nacional que mistura elementos de comédia e sobrenatural para valorizar mais a diversidade.
Leo e Marina são um casal de arquitetos que compraram uma casa afastada, repleta de espelhos e fantasmas. Logo quando chegam, as assombrações já começam a fazer seu trabalho e complicar a vida do casal. Diego, Lara e Mo Nanji eram os antigos donos do local, que seria uma boate, mas que nunca chegou a ser inaugurada, pois os três morreram eletrocutados. Quando se acertam, Leo passa a ajudar os três a fazer a passagem com a participação de outros personagens, inclusive a Morte.
É bom ver como o filme conseguiu estabelecer seu universo e suas regras de forma simples. É fácil de se entender e não somos retirados dele quando algo parece estar “errado”. Contudo, a comédia é sim o ponto forte. Afinal, cada situação pode gerar uma risada, mesmo que pequena. E, ao diversificar as personalidades e vivências, o filme se aproxima do público LGBT+ de forma mais efetiva.
Por mais batida que seja, a proposta de um “assunto inacabado” é a justificativa perfeita para deixar o drama sem perder a comédia. Um amor nunca declarado, alguém que não estamos preparados para deixar ou a preocupação que nunca sai das nossas cabeças. Todos são assuntos que não se limitam a comunidade LGBT+, são questões reais, de fantasmas reais. E o foco são os fantasmas, por mais que os vivos estejam presentes. Separar os núcleos e reduzir ao necessário foi uma aposta certeira que muitas produções não fazem de forma efetiva.
“Fervo” é bem mais contido do que o título ou o resumo pode parecer.