Crítica: Generation
“Generation” é uma série, original da HBO que mesmo cancelada é válido seu tempo dedicado a entender um pouco do além da trama.
A série não acompanha um personagem específico, enquanto outros orbitam e são trabalhados. Aqui temos um grupo que é tratado de forma natural a medida que toda a história caminha. E, como o nome indica, temos toda uma geração como protagonista. E, sendo um reflexo da escolhida e abordada, é natural que inúmeras relações sejam trabalhadas, temas abordados e bandeiras levantadas. Diversidade é bem presente, portanto o maior dos focos.
Infelizmente, talvez foi a falta de foco que fez com que a trama evoluísse de forma lenta e que, naturalmente, algumas chamem mais atenção e não abordá-las, gera a insatisfação da audiência. Pela data da produção, temas políticos são claramente abordados, e nomeados, como o “Trumpismo”.
Choque e conflito entre religião e tradição com a evolução natural da sociedade. Diversidade afetiva, familiar e de crenças também estão presentes. Discursões sobre etnias e imigração, a facilidade do acesso as armas e as consequências disso na vida de adolescentes. Mas, por serem jovens estudantes, é claro que a “pegação” é bastante presente, com diferentes modelos de relação, sexualidades e as formas atuais de se conhecer alguém. E cada qual a sua maneira, com diferença de experiência e auto conhecimento, mesmo estando juntos, com idades semelhantes. Afinal, cada qual é cada um! Mas assim como na escrita, parece que muito é abordado, mas nada ao mesmo tempo, a estrutura dos episódios deixa o mesmo.
“Generation” é uma série interessante, válida, mas mal estruturada. Apesar de ir pelo caminho menos seguro, já se dizia que “quem tudo quer, nada tem” e que não adianta muito tentar abraçar o mundo.