Crítica: Maria e João – O Conto das Bruxas
‘Maria e João – O Conto das Bruxas‘ traz uma adaptação mais fiel ao conto original. Mas será que a aposta da Imagens Filmes funcionou?
A clara tentativa de deixar o protagonismo para Maria é exposta na inversão dos nomes do título. Dessa vez, João é o irmão mais novo e bem passivo na história. A sensação é que o pequeno nada mais era que a sombra de sua irmã. E essa questão é levantada ao longo da trama de forma bem pontual.
Mas, por conta da época do filme, vemos as crianças serem tratadas e cobradas como adultos. Logo no início, Maria procura por um emprego. Porém, o patrão tinha outras coisas em mente. Mostrando o machismo da época de forma bem clara. Entretanto, todo esse drama só piora com a atitude da mãe em expulsar os dois de casa. Afinal, mesmo abalada com suas próprias tragédias, a atitude da mãe não parece ser compreendida pelo espectador.
É durante o tempo na floresta que percebemos que Maria possui certos poderes. E isso a conecta com Holda, a bruxa da casa que não é feita de doces. Para disfarçar a completa burrice de ficar na casa mesmo com todas as pistas, esse argumento cai como uma luva. Afinal, Maria quer aprender mais sobre os poderes e vê na Bruxa uma mentora.
É aqui que o filme mostra a quantidade de potencial desperdiçado. Se por um lado houve um bom investimento em dar uma origem a Holda, por outro temos um confronto apressado. Afinal, foi difícil de acreditar que uma personagem capaz de sentir inúmeras coisas não percebesse Maria usando seus poderes.
“Maria e João – O Conto das Bruxas” é um terror que prende com o suspense, mas decepciona ao desperdiçar a inovação na forma de se contar a história.
O critico foi muito generoso dando nota 3, para mim não vale 0,5…
Filme escuro, tremido, ruim demais.