Crítica: Medida Provisória
“Medida Provisória” é um filme nacional que mostra um momento distópico no qual Antônio defende aqueles que tem “mielina acentuada”.
Pessoas com “mielina acentuada” é a forma como negros são tratados nesse cenário. Antônio é um deles e um advogado que tenta garantir os direitos dessa população. Desde o início é possível perceber que, seja social ou profissionalmente, ele não é levado a sério. Sua esposa é Capitu, uma médica. Em seu apartamento também vive André, um primo que é jornalista. Inclusive, essa escolha de profissões do trio protagonista é pensado e até verbalizado. Em um momento André fala que Capitu seria tratada de forma melhor, afinal ela é médica. Já como advogado, Antônio pode dar a famosa “carteirada” e isso é importante frente os acontecimentos e argumentos dele.
No início do filme esse futuro ainda é bem presente. Até o anúncio da MP, com certo humor, as situações de discriminação são mostradas. E, para qualquer um no planeta, são situações que são de conhecimento geral. Até mesmo a forma que as redes são exploradas, inclusive mais tarde, é uma redução tática para o funcionamento.
A partir da MP que o humor e sarcasmo dá espaço para uma seriedade. Essa MP faz com que, de forma compulsória, aqueles com “mielina acentuada” sejam enviados para o continente africano. A justificativa é que, dessa forma, a escravidão é “resolvida” já que se devolve essa população a sua terra natal. E ao decorrer vemos aqueles que apoiam e como apoiam, aqueles que tem atitudes neutras e, claro, quem se opõe e como se opõe.
“Medida Provisória” é uma produção necessária. Mas, sinceramente, causa medo por ser considerado fonte de inspiração para políticas. Afinal, se temos quem não entendeu “Não Olhe Para Cima“, o risco é real.
Bacana!