Crítica: O Bom Professor
“O Bom Professor” aborda temas sensíveis, principalmente ao evidenciar a diferença do depoimento e, para professores, deixa claro que sempre estarão sozinhos.
Julien é professor em uma escola, um homem jovem e reservado sobre sua vida pessoal. Um dia, uma aluna leva a diretoria uma carta acusando o professor de assediá-la, algo que não aconteceu. Após essa acusação, Julien começa a ser ameaçado, vai perdendo o apoio da escola, dos alunos e em pouco tempo seu mundo entra em colapso.
Bom, o filme tem sim uma abordagem voltada ao preconceito LGBTQIAPN+, mas vai além. Julien é um homem gay que mora com seu acompanhante e, em determinado momento, é levantado o questionamento que se ele tivesse revelado isso desde o início, o problema seria menor pela acusação partir de uma menina. Mas, todos sabemos que isso não é verdade. Provavelmente, se tivesse se aberto com a equipe da escola desde o início, nem o emprego tinha conseguido.
Atualmente temos notícias que aqui, no Brasil, provavelmente teremos falta de professores. Os motivos passam longe de ser por serem LGBTs, mas principalmente pelo quanto o mundo externo tem afetado dentro de sala de aula. Julien é acusado, e a escola pouco faz para dar suporte ao professor. Afinal, ao fazer, poderia gerar mídia negativa com os pais, a comunidade paranoica dos bons costumes e, seus líderes, perder influência política. Também temos os alunos que, por piores que são, sabem que nada será feito para repreende-los. Seja pelos motivos acima ou por outros. A verdade, triste, é que Julian ser um homem Gay é um “plus” para narrativa, que ocorreria de forma semelhante com qualquer profissional dessa área atualmente.
“O Bom Professor” é, hoje, uma assustadora obra refletindo a realidade de toda uma classe de profissionais.