“O Homem do Norte” se torna radical, tendo em vista como a mitologia nórdica vem sendo representada atualmente no cinema e streaming.

Príncipe Amleth é jovem, porém já entende parte de seu papel como herdeiro. Seu pai, um guerreiro, retorna da batalha mais recente como vencedor, mas também ferido, e quando seu irmão revela seu filho, já desconfia do destino que pode ter. Sendo assim, ele leva o garoto ao feiticeiro da tribo, iniciando-o enquanto homem e já deixa a sede de vingança dentro do garoto. Não muito tempo depois, ele é assassinado, o pequeno príncipe sobrevive e tem início sua jornada para a vingança contra seu tio.

Como história, temos que reconhecer que uma pessoa traída que depois faz da vingança sua razão de viver, não é novidade. Ainda mais se a vingança está contra um membro da família, não é mesmo Simba? E, relacionando isso a mitologia nórdica, temos uma mescla de realidade e fantasia que salta aos olhos. Então seu retorno, 20 anos depois, reúne os elementos com videntes que surgem das sombras, batalhas sangrentas e muita morte.

O filme é bem estruturado, bem feito e realista. Contudo, vale lembrar que não é um filme “para todos”. Sua divisão e estilo de narrativa torna as coisas lentas, para um filme de ação. Além disso, por ser uma guerra e sendo de época, somada a cultura e religião, gera uma quantia incrível de corpos em pedaços. Não apenas nas lutas, mas também de animais que são mortos por razões que hoje vemos como ignorantes. Ao ponto de que, ao menos eu, me sentia desconfortável vendo o filme.

“O Homem do Norte” é um projeto da Paramont ambicioso e autêntico, cheio de brutalidade que é, de fato, a realidade da época.