Crítica: Primeiro Ano
“Primeiro Ano” retrata a jornada de jovens franceses na tentativa de ingressar na faculdade, no caso o curso escolhido pelos protagonistas é medicina.
Antoine está tentando entrar na faculdade de medicina e no último ano, quase conseguiu. O vestibular é extremamente concorrido e a rotina de estudos bem intensa. Benjamin entra no preparatório e vai tentar pela primeira vez. Entretanto, enquanto Antoine é extremamente esforçado e decidido, Benjamin deixa claro que ainda tem dúvidas sobre a escola. Ao longo do ano, os dois desenvolvem uma amizade e, aos poucos, vemos que a rotina acaba mostrando bem mais dos seus dramas internos.
Cada país tem um modelo de entrada na universidade, nenhum melhor ou pior, talvez. Sendo assim, é interessante ver a rotina e a pressão que o sistema francês apresenta. Por mais que medicina seja um curso que, via de regra, é concorrido em todo mundo, o momento antes do ingresso é pouco retratado. Aqui vemos toda a exigência, toda a angústia e, até mesmo, o surto.
O filme não se desenvolve de forma previsível. Isso é muito bom. A relação de amizade que cresce, mas que após o primeiro simulado é estremecida. Ainda temos o apoio da família, quase aposta entre os jovens. A decisão de um frente a dúvida do outro. A obsessão de um frente aos recorrentes conselhos para descansar. Entretanto, o destaque maior é o final. Afinal, com sua decisão, um dos personagens nos mostra que há muito mais na vida que a busca exagerada por algo.
“Primeiro Ano” pode frustrar na medida que notamos que o filme não será exatamente como esperávamos. Porém, a forma como ele retrata a relação dos dois vai bem além. Fora a reflexão que podemos fazer entre as nossas escolhas e as decisões que tomamos pelos outros.