Crítica: Razões Africanas
Celebrando o mês da consciência negra, “Razões Africanas” mostra diferentes culturas e destaca a importância da celebração e preservação de costumes.
Blues, Jongo e Rumba. O que esses três gêneros musicais têm em comum? Todos eles fazem parte da história do continente africano e se espalharam pelo mundo. Ao longo da história da humanidade, negros escravizados eram tirados à força de sua região de origem, obrigados a trabalharem em troca de nada. Como forma de conforto e resistência, levaram consigo suas músicas, suas tradições. E seu legado continua firme e forte.
O tema principal da obra, obviamente, é a música negra, e como ela afeta o cotidiano das pessoas. Rio de Janeiro (Brasil), Havana (Cuba) e Mississipi (Estados Unidos) são os locais de destaque, onde foram realizadas gravações com praticantes dos gêneros anteriormente citados. Uma observação interessante é a questão da escravização, um subtema do documentário. Esses países, que antigamente eram colônias dominadas por líderes europeus, recebiam muitos escravizados. Consequentemente, uma bagagem de conhecimento artístico se alastrou por essas regiões.
Razões Africanas é uma obra de extrema riqueza. Seu ponto forte é mostrar aos espectadores o esplendor dos costumes africanos. A história do blues, por exemplo, instiga o público, é um gênero que traz sofrimento, mas também superação, resiliência. Outras cenas muito bem utilizadas são as que foram filmadas em países da própria África. Falando em detalhes técnicos, a montagem da obra deixa a desejar em certas ocasiões, como uso de cortes inadequados e uma talvez duvidosa escolha de fonte, mas no mais o filme flui de bom tom.
Apesar de um pequeno incômodo técnico, “Razões Africanas” conseguiu passar a mensagem desejada. É um ótimo documentário para os interessados conhecerem mais sobre as diversas celebrações e músicas do continente africano.
Texto por Pedro Altaf