“Silêncio” é uma produção da Netflix curiosa, afinal é uma mini série com final aberto e meio que trai a própria proposta.

Sérgio está preso por, supostamente, ter matado seus pais. Uma noite, por algum motivo, os dois caem da sacada do prédio em que moravam e Sérgio é encontrado com sua irmã, cheio de sangue. Um tempo se passa e ele agora pode voltar para a sociedade, é encaminhado para um trabalho e retorna para sua casa. Seu maior objetivo é encontrar sua irmã. Entretanto, essa liberdade é ilusória já que está sendo estudado, com uma equipe registrando todo o seu dia, com câmeras no apartamento e até seus batimentos cardíacos são monitorados.

Primeiro, a premissa e o nome da série ficam sobre o fato dele não falar com ninguém. É dito que, desde o ocorrido, Sérgio não diz um “a”. Porém, pouco depois vemos que ele fala sim, menos com as autoridades. Sinceramente, a produção já foi me perdendo nesse ponto. Afinal, o diferencial seria esse silêncio de Sérgio e o mistério sobre o que ele pensa ou como interagem com ele.

Sem isso, é só mais um triângulo amoroso. Se bem que essa forma geométrica pode ser maior. A investigadora está interessada nele, Eneko com ciúmes de sua namorada que também é interessada no rapaz e o fato de que a investigadora é casada. Até tentam um segundo mistério, relacionando ele ao acidente, mas não funciona. Não há um personagem sequer que conseguimos nos importar, não importa a inocência ou não de Sérgio, a pesquisa é tão absurda que você simplesmente se pergunta como alguém autorizou ela.

“Silêncio” não é sobre o que Sérgio não fala, é sobre o que a série tem para dizer.