Crítica: Smiley
“Smiley” é uma série da Netflix que equilibra bem o romance tradicional com a realidade dos aplicativos que vivemos hoje.
Alex está triste, triste por mais uma noite sair com alguém que não retorna suas ligações. Com isso, resolve ligar para o rapaz e desabafar sobre tudo. Porém, ele erra o número e quem recebe a mensagem é Bruno, um arquiteto que apesar de uma estrutura oposta, também se pega pensando o mesmo. Bruno então retorna a ligação, os dois conversam e marcam um encontro às cegas. Após uma primeira impressão duvidosa, o resto da noite caminha para provar que opostos se atraem sim e sob uma dinâmica bem divertida, vemos os dois se afastando e aproximando constantemente.
Nesse ano já tivemos uma série e um filme com a premissa semelhante. Baseando-se no conflito de gerações e a forma como os relacionamentos, principalmente gays, se desenvolvem, percebemos a reluta dos mais velhos frente a facilidade fria dos mais novos. Aqui, inclusive, mesmo com foco nos dois, há outros tipos de relacionamento sendo explorados. Contudo, diferente dos exemplos anteriores, essa série é agradável.
A complexidade da vida de um casal já estabelecido e fantasmas do passado são melhores desenvolvidos que na série “Uncoupled“. E o humor, ainda que se apoie também em clichês do universo LGBTQIAP+ não soa como forçada, extremamente interna ou é o apoio do roteiro quando precisa chamar a atenção como em “Mais que Amigos, Friends“. Sendo o segundo um filme que tem praticamente a mesma estrutura e personagens, mas sem a leveza e naturalidade.
“Smiley” é redondinha e completa. termina de uma forma satisfatória e que deixa o expectador criar o futuro dos personagens. Por isso, digo, saibam parar antes de fazer sequências que estragam toda a experiência.