Crítica: Veja Por Mim
“Veja Por Mim” é uma aposta interessante da Paris Filmes, que ganha justamente pela construção mais do que pela trama.
Sophie é uma atleta, vencedora de prêmios e um prodígio. Bom, era, afinal acabou ficando cega e perdeu a vontade de seguir essa carreira. Agora ela fica em casas, cuidando do local enquanto os donos estão fora. Contudo, em um dos trabalhos ela se vê sozinha fisicamente, em um lugar afastado e três homens invadem o local para arrombar o cofre. Porém, Sophie conhece Kelly, uma ex militar que a guia para sair da situação bem.
A trama parece bem rasa, e é. Temos um grupo de cara maus e uma garota lutando pela vida. Mas o suspense ganha proporções incríveis pela forma que é filmado e por Sophie ser cega. Sendo assim, boa parte do filme é “no escuro”, sem luzes acesas e apenas a lanterna dos celulares. Sophie consegue conversar baixo, enquanto se esconde e lê toda a situação pelos sons. Assim, uma dica é ver o filme em sessões mais vazias, pois os ruídos contam muito nele.
Até mesmo o auxílio de Kelly é bem interessante. Afinal vemos como ela guia Sophie pela casa e as semelhanças de como ela faz isso em jogos online. Direcionando a arma, orientando sobre o terreno, especificando as ações e como estão os invasores. Após a experiência, Sophie também volta a treinar, mas agora para as paraolimpíadas. Já quanto aos assaltantes, mal história eles têm e não precisam. São pessoas que estão fazendo um roubo, com umas justificativas genéricas, alguma consciência, mas apenas isso.
“Veja Por Mim” é um suspense focado no suspense, sem grandes conflitos ou uma ação eletrizante. E isso é muito bom para quem busca algo direcionado ao gênero.