Crítica: Vencer ou Morrer
“Vencer ou Morrer” é campeão de bilheteria na França, mesmo mostrando um lado “oculto” da Revolução Francesa.
A obra, baseada em fatos reais, retrata a Guerra da Vendeia, movimento contra-revolucionário francês ocorrido no final do século XVIII. O protagonista é François-Athanase Charrette de La Contrie, ex-tenente da marinha que foi escolhido pelos camponeses para liderar a rebelião. Assim, o filme mostra o início e a queda da contra-revolução liderada por Charrette.
É evidente a propaganda política inserida na obra. O clima anti-revolucionário e monarquista é explícito, assim como seu enaltecimento. Dessa vez, o movimento que destronou Luís XVI não é visto como sinônimo de democracia e liberdade, muito pelo contrário. Por um lado, é um fator positivo e curioso poder presenciar uma outra visão de
um evento tão importante. Em contrapartida, a experiência de assistir “Vencer ou Morrer” varia de espectador para espectador, depende da ideologia política do público, o indivíduo pode ou não se identificar com a história.
A narrativa, no entanto, é fraca, não surpreende. Copia, de certa forma, os moldes de um filme de guerra americano, assim como seus clichês. Mas, é claro, “Vencer ou Morrer” não tem o mesmo peso. Tem-se pouco apego pelo personagem principal, falta nele carisma e personalidade, assim como os coadjuvantes, que são porcamente explorados. O filme resume-se em destacar o evento em questão, sem explorar a individualidade de quem aparece em cena. Um grande ponto positivo é a ambientação e figurino, retratando fielmente, e com capricho, o século XVIII.
Se o espectador espera apenas um filme de guerra, brutal e explícito, não vai se decepcionar, assim como aquele que busca um filme que se alinha a seus ideais. Ainda assim, “Vencer ou Morrer” peca por não cativar o público, por não inovar.
Texto original por Pedro Altaf, adaptação por Frednunes