Crítica: Vitória
“Vitória” é um filme nacional, baseado em um fato real, que conta a história de uma senhora que, com uma câmera na mão, combateu o tráfico.
Dona Nina mora no 5º andar de um prédio e uma de suas janelas dá vista direta para a uma praça que, agora, é usada pelo tráfico de drogas. Praticamente todas as noites há baile funk até a madrugada, com som alto e, principalmente, tiroteios. Mesmo com suas reclamações no condomínio onde mora e ligações para polícia, ela não é ouvida e, muitas das vezes, ridicularizada. Por isso, então, ela decide comprar uma câmera e passa a gravar os bailes, mas acaba por registrar coisas que vão muito além de um problema local do bairro.
O filme ser baseado em uma história real, torna tudo bem mais interessante. Para além do marketing, vemos hoje que muito do que é mostrado, ainda acontece. Mas, com um facilitador, os celulares. Contudo, do outro lado, as coisas também melhoraram. Afinal, o Rio de Janeiro é um dos destinos mais perigosos do Brasil, e não é apenas pelo meme.
A personagem de dona Nina é, de fato, o filme. Não apenas por ser a personagem principal, mas por ser o todo. Ela traz o drama, traz o humor, o mistério, a coragem e muitas outras coisas. Claro, é por um papel como esse que reconhecemos grandes trabalhos, ainda mais com Fernanda Montenegro.
“Vitória” consegue mostrar de tudo um pouco, do que mais nos alegra mas também nos assusta. Amizades ou criminalidade, eficiência ou corrupção na polícia, jornalismo “oficial” ou a coragem de um cinegrafista amador.