Crítica: Heartstopper – 3ª Temporada
“Heartstopper” entrega em sua terceira temporada o amadurecimento natural da narrativa sem perder sua essência. Assim, ela estabelece sua posição como um dos maiores títulos atuais da Netflix.
É inegável que a história de Nick e Charlie, escrita e ilustrada por Alice Oseman, é um sucesso. Dito isso, o sucesso veio com o título, bastante válido, de “serie para deixar o coração quentinho”. A história de amor dos personagens, junto de sua descoberta e apoiada pelos temas que são distribuídos entre todos os personagens faz dela uma referência de como abordar temas com jovens. E, por isso, quando a trama cresce junto dos personagens e assuntos delicados começam a surgir, a preocupação em “errar o tom” era real.
Nick está se formando, logo precisa escolher uma faculdade. Dentre as opções, vamos percebendo o quanto a escolha é pensada com base em Charlie. Nick, com sua intenção de ajudar e estar presente, começa a pautar sua vida em vínculo as necessidades do seu namorado. Porém Charlie já mostra um oposto ao que estava sendo. Afinal, do lado dele, ele trilha o seu caminho e busca ficar melhor e só após isso estar presente na vida de Nick.
Transtornos, com destaque para o alimentar, a insegurança para com o corpo, a receptividade ou a ilusão dela nas redes sociais, o fim de um ciclo e o início de outro com uma grande decisão. O amadurecimento chega e é abordado com a qualidade e simplicidade de sempre, lúdica e profunda, como é uma assinatura da série. Mais uma vez sentimos que os personagens são mais importantes do que as narrativas, com elas seguindo de forma natural o crescimento deles.
“Heartstopper” entrega um final. Assim, apesar da torcida por mais uma temporada, ficamos felizes pois temos uma das melhores séries dos últimos anos.