Crítica: ANORA
“ANORA” é vencedor da Palma de Ouro de Cannes e chega ao Brasil pela Universal Pictures, nessa época pré Oscar que temos em Janeiro.
Ani trabalha como dançarina na noite de Nova York. Um dia, um jovem russo chega e por conhecer o idioma, ela é indicada para atendê-lo. No dia seguinte ela vai, agora durante o dia, encontrar o rapaz em sua casa e dessa vez, como garota de programa. Encantada pelo luxo e o rapaz, os encontros continuam até que após fingir ser sua namorada, eles se casam em Las Vegas. Tão rápido quanto foi esse sonho, a realidade bate quando a família fica sabendo e exigem a anulação da união dos dois. Após a fuga de Ivan, Ani e os capangas passam a noite procurando pelo rapaz.
A maior qualidade do filme é a naturalidade que ele transita nos climas. Se em um momento você está encantado com uma jovem história de amor, no outro está dando longas risadas com cenas hilárias, por mais tensa que seja a realidade da situação. Mas, acima disso tudo, o filme diz muito sobre sonhos e como as pessoas são usadas, principalmente por quem detém o dinheiro.
As relações de poder vão desde um patrão com seu empregado, de Ivan por conta de seu dinheiro e até familiares, quando os pais entram em cena. Todas onde os que estão por baixo parecem felizes, até que esses que estão por cima surgem. Apesar de que, num todo, para mim, o filme exagera com bons minutos a mais que poderiam ser cortados, em momentos que humor ou que estabelecem questões que espero que todos entendam.
“ANORA” é um ponto fora da curva, mas não ao ponto de ser memorável. Memorável mesmo, apenas o personagem Igor, afinal ele está presente nas melhores cenas.