Crítica: Mickey 17
“Mickey 17” é o primeiro grande título da Warner para 2025, mas entre históricos e expectativas, o saldo é agridoce.
A exploração espacial passa a ser uma realidade científica, mas também a esperança de fuga para um político de pouco sucesso. Mickey é uma pessoa comum, que após ser ameaçado pelo agiota que seu amigo pegou em empréstimo em seu nome, se inscreve no projeto para fugir da morte quase certa. Ironicamente, a única função que ele sentia ter capacidade para exercer é de “descartável”. Dessa forma, para fugir da morte certa, ele entra na morte temporária, pois esse emprego de cobaia tem um backup e uma impressora que o traz de volta. Agora, temos o número 17, que não morre, mas o 18 é “impresso”.
A ideia de clones e cópias não é novidade, sendo um excelente plot para debates que já estão no imaginário popular. Até mesmo algumas linhas da narrativa, que fazem com que pensemos em diversos desfechos. E aqui está a armadilha que o filme se deu.
Até o momento onde os números 17 e 18 se encontram, o filme é contemplativo e pensativo. Mas após esse momento, a sensação que temos é que se torna menor pela exigência de uma cena de ação e explosões. Um conflito espacial com uma espécie alienígena pareceu deslocado da forma com que a trama se desenvolvia, inclusive pela personalidade do número 18.
“Mickey 17” abre uma conversa sobre como cada um é cada um, mesmo sendo cópias. Mas, se os Mickeys eram diferentes, o filme fica como mais do mesmo. Entretanto, esperar um plot e uma crítica social não seria, justamente, esperar m ais do mesmo só por conta do antigo sucesso do diretor?