Crítica: A Lenda de Candyman
“A Lenda de Candyman” é um remake da Universal do filme de 1992, mas que agora usa do terror para fazer uma observação social bem pontual.
É praticamente impossível assistir ao filme e não se lembrar do movimento do “black lives matter“. Inclusive, por ele ser referenciado com destaque na mochila de uma estudante. Porém, logo em seu início temos o ponto que dá a linha ao filme e o diferencia do original. Afinal, antes Candyman matava, agora ele tem um motivo e razão bem mais profundo.
Também a atualização da um teor artístico e simbólico. Se antes, sussurros e vozes silenciadas eram a expressão dele, hoje é através da arte que ele retorna. Assim, o maior papel do protagonista está na personificação da arte, sendo ele o catalizador para a criação das obras. Pode-se dizer que, de certa forma, a entidade é sua “musa”.
Mesmo quem não conhece os filmes anteriores, não se perde aqui. De uma forma bem interessante, a história é explicada através de cenas com bonecos e sombras. E mesmo para um terror, há espaço para humor, e bastante. Porém, o final convincente deixa um questionamento quanto a forma que a lenda é descrita. Afinal, já tínhamos presenciado no filme Candyman matar pretos. Mas, ao longo do filme ele mata apenas brancos, e no final poupa exatamente a pessoa que o invocou. Apesar da justificativa de que “não mata inocentes”, é muito provável que uma pessoa adulta tenha mais culpa do que duas crianças que apenas brincavam.
“A Lenda de Candyman” traz um porque melhor, um terror baseado na tensão e suspense. E, assim como a expressão e interpretação artística que traz como assunto, há diversas formas de se ver o longa.
Um ótimo filme!