Crítica: Os Banshees de Inisherin
“Os Banshees de Inisherin” é distribuído pela Disney e marca presença na lista do Oscar 2023, em diversas categorias.
Colm é um senhor que da noite para o dia, literalmente, decide encerrar sua amizade com Padraic. Padric é um homem simples, mas aparentemente bem chato, que é apegado e um tanto dependente de sua irmã. Os dois moram em uma ilha da Irlanda, numa pequena comunidade que tem os mais clássicos personagens. O policial que se considera um deus, o padre que além da missa age quase que como psicólogo de todos, a velinha tratada como bruxa pelos outros e a dona da venda que parece viver mais das fofocas que de seu negócio.
A justificativa de Colm para a ruptura da amizade é a vontade de ser lembrado por algo, que no caso é sua música. Assim, julga que a sua amizade é uma perda de tempo. Apesar de não dizer isso abertamente, é um pouco sobre morte. A idosa da vila também age como uma vidente, avisando, além de indicar e estar onde a morte pode ocorrer. Apesar do filme ganhar o nome da canção de Colm, a banshee do filme é ela.
A dinâmica do filme vai se mostrando ao longo dessa questão entre os amigos. Padraic não entende Colm e insiste em estar com ele. Após um tempo, Colm faz ameaças quase absurdas para que seja deixado em paz, e aqui o humor vai dando local ao drama. Assim há uma escala, a comédia sarcástica dá lugar ao drama que, mesmo pesado, não perde a piada, e faz a transição correta.
“Os Banshees de Inisherin” cresce e se desenvolve de forma surpreendente, mesmo o filme se dando spoilers constantemente.