Crítica: A Baleia
“A Baleia” é um filme sensível que aborda em pequenas partes os diversos aspectos da vida de qualquer ser humano.
Charlie é um professor e sempre dá aulas com sua câmera desligada. O que sua voz demonstra, como um bom profissional, ele sabe que será perdido se seus alunos verem sua aparência. Após uma perda significativa, ele acaba por se viciar em comida e agora tem obesidade, que já cobra e faz com que não tenha muito tempo de vida. Quem cuida dele é Liz, sua amiga e enfermeira. Nesse momento difícil ele tenta se reconectar com sua filha Ellie e recebe a presença de Thomas em sua vida.
Ao longo do filme vários temas são levantados, mas infelizmente pouco explorados. A obesidade de Charlie, a vida de Ellie, a fé de Thomas, o apoio de Liz ou o sistema de saúde americano. Não que eles não sejam trabalhados, mas estão sempre no superficial. São elementos do todo, porém temos muitos elementos desse todo.
O filme se passa todo em um único cenário, com ambientações diferentes. O destaque aqui tem que ser as atuações, e isso é sim entregue pelo elenco. A sensação é de que, assim como Charlie está preso em seu corpo, estamos presos nesse ambiente escuro e solitário. Contudo, maior destaque está também na equipe de maquiagem. Afinal, boa parte do corpo de Charlie são próteses e, dado os detalhes e focos, o trabalho é realmente incrível.
“A Baleia” pode sim ser um filme incômodo, mas cinema também é isso. Nem sempre temos finais felizes onde o sucesso está numa cura ou na conquista de algo.