Crítica: Spoiler Alert
“Spoiler Alert” é um romance que é contado de trás para frente, onde seu final é claro e esperado, mas o importante é a jornada.
Michael é um jornalista especializado na cultura pop. Um dia ele conhece Kit, eles se apaixonam e vivem sua vida juntos. Porém, como diz o título, desde o início sabemos como será o fim dessa história. Kit desenvolve um câncer terminal que, mesmo lutando, é a causa de sua morte. Baseado em um livro com quase o mesmo nome, a parte que é deixada de fora é “O Herói Morre”. Tudo ainda ganha um peso maior quando sabemos que, toda a história, é também uma biografia.
Eu, particularmente, não me incomodo com spoilers. Sempre digo que a jornada é mais importante que seu final, na imensa maioria das vezes. Até porque, o final nada mais é que a soma desses pequenos momentos de trajetória. E isso é muito bem representado aqui. Se sabemos que o herói vai morrer, vamos então conhecer esse herói e o motivo dele ser visto dessa forma. Por que não viver uma história de amor sendo que seu final provavelmente não será o “felizes para sempre”?
Por ser uma biografia, é irrelevante dizer que tudo é muito real. Afinal, o relacionamento começa e tem fim. O casal é feliz, mas triste também. Há momentos compartilhados, tanto quanto dinâmicas onde a distância se faz essencial. Além de que, o relacionamento é o porto seguro, mas que também gera inseguranças. A forma sensível com que tudo é trazido as telas faz com que o final ainda nos surpreenda, não pela revelação, mas sim pela emoção.
“Spoiler Alert” pode até ser um romance LGBTQIAPN+, mas também é um filme que traz uma reflexão válida sobre como focamos no futuro e perdemos o presente.