Crítica: Amor Entre Juncos
“Amor Entre Juncos “, da Amazon, mostra um romance entre duas pessoas que ao buscarem refúgio no exterior, entendem que a transformação também parte de dentro.
Leevi está de volta a Finlândia por um pedido de seu pai que pretende reformar um antigo chalé da família para vendê-lo. Esse chalé está repleto de lembranças de sua mãe e, desde o início, vemos que Leevi não tem a melhor das relações com seu pai, pois é gay e escolheu viver em Paris, na França. Quando chegam, descobrimos que o pai de Leevi contratou um faz tudo para ajudar, um rapaz refugiado da Síria. Logo de início, Tareq também sofre com o preconceito do pai de Leevi por ser estrangeiro e, principalmente, ter dificuldades com o idioma. Aos poucos, durante a reforma os dois vão se aproximando e a relação evolui para um romance.
A trama é simples, apesar da profundidade. Temos o romance entre dois homens que, cada um de sua maneira foge de algo e busca refúgio. Simples também é toda a ambientação. Por mais que o chalé fique próximo a uma vila, pouco saímos dos seus arredores. É uma intimidade secreta, também pelo local. Isolados, mas juntos nessa solidão.
Mesmo com Leevi sendo, em teoria, o protagonista da trama, um fato é de que Tareq se mostra um personagem bem mais interessante. Mesmo o mistério do abandono da mãe sendo mantido, Tareq tem conflitos que nos fazem mais compreensíveis, ainda mais dados os debates recentes. Imigração, seja de qual for a nacionalidade, a dificuldade em falar um idioma e estar em solo estrangeiro sozinho, onde até mesmo é difícil de se construir relações. Assim como Leevi, queremos saber mais dele.
“Amor Entre Juncos” é um bom filme e reflexivo, apesar de que seu ritmo afaste a maioria do público.