Crítica: Bailarina
O inesperado sucesso de John Wick renovou o gênero de ação e impulsionou a carreira de Keanu Reeves, transformando um simples filme de vingança em referência para o cinema. Após quatro filmes, a franquia que parecia finalizada ganhou um spin-off chamado Bailarina, estrelado por Ana de Armas. Apesar da empolgação inicial dos fãs, o resultado entrega mais do mesmo, sem grandes inovações.
A trama segue Eve, uma jovem órfã que busca vingança contra os assassinos do pai e, para isso, é treinada por uma seita russa. O enredo repete o esquema básico do primeiro John Wick, apenas trocando o cachorro pela morte da família. Como vingadora, Eve enfrenta o vilão russo estereotipado e personagens que mal têm tempo para se desenvolver. Assim como a “irmã” da protagonista e o personagem vivido por Norman Reedus, que acabam desperdiçados.
A direção entrega boas sequências de ação, mas a lentidão de Ana de Armas em algumas coreografias e o estilo das cenas tiram parte da energia. O vilão também não deixa marcas, diferentemente do irritante antagonista do primeiro filme. Por outro lado, há pontos fortes, como a fotografia impecável, a trilha sonora marcante e uma cena de luta criativa com armas improvisadas, que prende o espectador e diverte com o exagero.
A performance de Ana de Armas como Eve é convincente fisicamente, mas a personagem parece quase indestrutível, saindo ilesa de combates pesados — o que quebra um pouco a imersão. No fim, o longa depende até da aparição de Keanu Reeves para recuperar fôlego e manter a conexão com a franquia.
Em resumo, “Bailarina” é um bom passatempo para quem já gosta da série John Wick, mas não traz nada realmente novo. Ele apenas expande o universo e deixa as portas abertas para outras continuações e crossovers.
Texto por Filipe Machado.