Crítica: As Órfãs da Rainha
“As Órfãs da Rainha” é um filme nacional, da Cineart, une ficção e fatos reais para trazer temas atuais sobre o período colonial do Brasil.
Três irmãs, órfãs, chegam ao Brasil. Leonor é a mais velha, Brites a do meio e Mécia a caçula. Elas então são levadas para morar em uma comunidade católica. Como mulheres, cada uma delas acaba sendo direcionada ao destino de uma mulher na época, o casamento. Contudo, com a convivência com o povo local e outras questões mais pessoais, cada uma começa a mostrar mais de si mesmo e viver suas próprias experiências. Preconceitos, violência, paradigmas religiosos e outros debates surgem, de formas bem desenvolvidas, em cada um dos núcleos.
O maior destaque é que o filme tem dois tempos, ambos bem estabelecidos. A primeira parte se dedica a apresentar cada uma das irmãs, tornar claro suas questões e estabelecer bem todo o contexto da comunidade. Já na segunda parte, temos a morte da rainha e a chegada da inquisição nessas terras, onde aos poucos, cada uma vai sendo interrogada e acusada.
A inquisição chega e conecta cada uma das partes. As irmãs que chegaram unidas e se separaram pelos destinos a que foram entregues, se unem novamente. Pela inquisição focar em um aspecto religioso, a conexão de uma das irmãs com a cultura judaica vai fazer que elas se ajudem. Não apenas as irmãs, mas suas respectivas famílias. O momento da investigação é instigante, principalmente quando colocamos os depoimentos e vemos as provas que validam tais argumentos.
“As Órfãs da Rainha” também tem uma ótima forma de retratar a época, com figurinos e ambientação.