Crítica: Ela Disse, Ele Disse
“Ela disse, Ele disse” é a adaptação cinematográfica do livro de mesmo nome, da autora infanto-juvenil Thalita Rebouças. O longa aborda, com muito bom humor, os anseios de adolescentes prestes a ingressar no ensino médio, além dos conflitos nas relações com adultos e entre eles mesmos. Ademais, passa para os jovens uma mensagem muito valiosa.
A trama se passa majoritariamente numa escola, na qual a protagonista Rosa é novata. Lá, ela faz amizades com outras garotas e conhece Léo, um garoto que desperta seu interesse romântico. Nesse contexto, entre bullying e brigas de alunos após a aula, surge um conflito maior. Após um beijo entre Rosa e Léo ser compartilhado várias vezes nas redes sociais, a diretora da escola decide suspendê-los e expulsá-los. Os outros alunos, então, elaboram um clipe musical para mobilizar a diretora e a sociedade quanto ao absurdo dessa punição.
O enredo é modesto, consciente de si. O único aspecto que me incomodou foi a bi dimensionalidade dos personagens, ao ponto de as relações entre eles soarem muito artificiais. Há sete anos, eu também era um aluno do nono ano e me lembro bem de que era um ambiente mais “maduro”, inclusive sexualmente.
Apesar de uma maioria muito jovem, o elenco atua de forma muito madura. A participação da atriz Maisa Silva é marcante, assumindo um papel estereotípico de garota popular e fútil. Ela também impressiona com a afinação vocal em uma cena musical ao final do filme.
Por fim, ‘Ela Disse, Ele Disse’ da Imagem Filmes faz o feijão com arroz de uma trama adolescente descente, joga muito seguro e tem o bom humor a seu favor. Ainda assim, creio que possa soar raso demais, mesmo que para um adolescente.
É aquele filme bem adolescente, estilo malhação.
Adolescentes sendo adolescentes.