Crítica: Meu Amigo Lucha
“Meu Amigo Lucha” é um filme da Netflix que, sem querer querendo, mostra a importância da adaptação por região. Afinal, sabemos que brasileiros não saberiam lidar com o nome “Chupa”.
Alex é um garoto tímido e desde o início percebemos que ele vem se fechando cada vez mais. Na escola ele sofre bullying por ter ascendência mexicana, e em casa descobrimos que seu pai morreu por conta de um câncer. Esses elementos fazem com que ele não tenha vontade de se conectar com seu passado, mas um dos últimos desejos de seu pai era que ele fosse até o México, conhecer sua família. Sozinho, pois sua mãe tem que trabalhar, ele embarca. Contudo, essa viagem vai ser mais mágica, afinal uma equipe de cientistas estão atrás de uma lenda local, cujo filhote acaba se tornando seu amigo.
A nova dinâmica familiar é o maior destaque do filme. É interessante ver como que, aos poucos, Alex vai se abrindo aos outros por mais que eles sempre estivessem ali. Há também uma jogada com o idioma, afinal uma das críticas é que ele não sabe tanto o espanhol. Assim, o primo mais novo fala apenas em espanhol, enquanto os demais vão mesclando os idiomas.
Por mais que o Chupa-Cabra seja parte importante da narrativa, sendo o conflito que une a família, o destaque mesmo é esse encontro de Alex com sua ancestralidade. O garoto aprendendo o idioma, sendo mais carinhoso por conta da proximidade latina e até entrando no mundo da luta livre. Afinal, o filhote que é perseguido por um cientista, sendo resgatado e mais tarde encontrando outros da sua espécie, não oferece nada de novo.
“Meu Amigo Lucha” é comparado com “ET”. Não acho que chegue a tanto, mas é válido para seu público.