Crítica: Cuphead
“Cuphead” é uma animação da Netflix, mais uma adaptada de um jogo. O material original ficou famoso na Internet pelas loucuras e dificuldades, além da homenagem aos desenhos da “Era de Ouro” da animação.
A primeira coisa que podemos perceber na produção é sua familiaridade. É quase impossível que quem os assista, seja na animação ou no game, não pense “já vi isso em algum lugar”. O motivo disso é claro, pois a padronização era uma das maiores características do material que inspira os personagens. Sendo assim, Xicrinho e Caneco, por mais novos que sejam, são familiares.
A produção da animação segue a premissa básica do jogo. Um dos irmãos acaba devendo sua alma para o Diabo e em meio as loucuras de suas aventuras, tentam evitar que ele conquiste seu prêmio. Com isso, alguns dos chefes aparecem na trama, hora destinados a situações fora dessa linha principal ou, em outros momentos, trabalhando diretamente para ele.
Por isso não espere uma linearidade dos episódios. Com exceção de alguns poucos, a ordem que se assiste pouco importa. E, por ser característica da época, há algumas faltas de noção clássicas. Temos objetos humanizados para ser personagens, animais humanizados, plantas e outras loucuras que fazem com que o imprevisível seja natural. Mas, para o alívio de alguns, a animação é moderada frente aos elementos visuais que estão em tela. Sim, apesar de uma animação não ter obstáculos como o jogo, o caos organizado é uma característica. Por isso, corria sim o risco de ser adaptado de alguma forma, para além das cenas/momentos de confusão.
“Cuphead” completa um círculo. Afinal, é uma animação que é baseada em um jogo que é baseado em animações.