Crítica: Hebe – A Estrela do Brasil
‘Hebe – A Estrela do Brasil‘ toma a sábia decisão de fazer um recorte bem específico na vida da apresentadora mais famosa do Brasil. Além disso, se destaca também por um dos assuntos levantados, que hoje também vem chamando atenção.
Durante a cena inicial do filme, temos um pouco do posicionamento de Hebe com seu trabalho. Mostrada como uma pessoa forte e decidida, ela se nega a apresentar o programa até que seu convidado seja liberado. Mas esse impasse é explicado por cenas de um outro tempo, no qual um sensor ameaça o programa, caso ela não mude sua postura.
Se tratando de um filme nacional, muitos sabem da história de Hebe e também do país. Esse período do filme é pós ‘final da ditadura’, questionado pelo suposto fim da censura pela qual Hebe estava passando. Porém, tal assunto é hoje trazido de volta aos debates por conta do modelo atual de governo e acontecimentos recentes. Logo, assim como no filme, temos o debate de que: “a censura realmente terminou?”
Ainda, Hebe acaba sendo mostrada como uma mulher de negócios. Tanto por fazer seu programa da forma que acha melhor, se posicionar como quer e negociar seus termos na mudança para o SBT. Tramas no núcleo externo, a TV também tem espaço. Desde os abusos com o marido, problemas relacionados ao stress e até mesmo sua relação com seu filho. Este que também, mesmo apagado, tem seu arco lidando com o ausência do pai.
Mas mesmo não sendo tão fiel aos acontecimentos, toda a construção é bem feita ao ponto do espectador acreditar e ver uma versão da apresentadora que agrada. Com um debate sobre o final da década de 80, e assustadoramente atual, ‘Hebe – A Estrela do Brasil’ acerta em nos fazer lembrar da apresentadora que faleceu em 2012.
Um ótimo filme pela Andrea Beltrão
Chato.
Mediano.