Crítica: O Beco do Pesadelo
“O Beco do Pesadelo” mostra como Del Toro consegue mostrar que o verdadeiro monstro é o ser humano.
Stam é um homem que encanta todos com seu charme. Logo no início do filme vemos ele arrastando um corpo, que no decorrer do mesmo vai sendo explicado o motivo. Em sua jornada, ele chega a um circo e também conquista Clem, que lhe oferece um lugar para dormir. Dentre todos da trupe, ele se apaixona por Molly e decide ficar. Mas é com Pete que ele começa a aprender a arte de enganar os outros de uma forma que supera seu rosto bonito e gentil.
É seguro dizer que a “enganação” sempre está presente. O circo é cheio de atrações que, nada mais são, que truques. Clem até mesmo tem um “selvagem”, que é criado através de uma dependência química. Mas Pete vai além, ele é um ilusionista que também se passa por advinha. Mas esse seu dom nada mais é que fruto de sua observação do comportamento das pessoas e algumas artimanhas.
Com o ego inflado pelo talento, Stam sai do circo com Molly e começa a se apresentar na cidade. Porém, tudo muda quando uma psiquiatra coloca em cheque seus “poderes” e uma relação nasce dessa trama. Mas é quando passado e presente se tornam um, quando mesmo ciente da artimanha, não há como sair dela, que o filme mostra sua genialidade.
“O Beco do Pesadelo” é sobre as consequências das ações. Todo personagem tem o troco pelo que faz. Quem engana, pode ser enganado. Quem bebe, acaba se perdendo no vício. Mas isso não é sequer escondido. Afinal Pete chega a alertar, mais tarde outros dão o mesmo recado, e no fim sempre somos pegos pela segurança que pensamos ter.