“The Fuck It List” é um original Netflix que usa de uma estrutura simples, porém problemática, para tratar de expectativas, sistema educacional e conflitos de gerações.

Brett é filho único e ao terminar o ensino médio precisa escolher uma faculdade. Mas a escolha já foi feita por ele, logo quando nasceu. Mesmo entrando em todas as melhores, não consegue em Haward, e fica frustrado. Pelo lado de seus pais, eles tentam de tudo, tudo mesmo, para garantir a vaga. Entretanto, ao estar com os colegas fazendo um último trote de formatura, assume a culpa por um acidente que o faz ser rejeitado por todas.

Negativamente falando, o filme tenta nos fazer ter empatia por um jovem que sempre teve de tudo na vida, mas que julga ter fracassado por não passar em uma universidade. E assim, não é que ele não passou, foi aprovado em quatro, mas não na principal. Frustrado, ele participa dessa brincadeira que dá errado e leva toda a culpa. A brincadeira resultou “só” na explosão da escola. Logo, ele é cancelado e rejeitado pelas universidades que havia entrado. Mas ele posta uma “lista de desejos” que se torna viral e agora ele é uma web celebridade.

É sim injusto que jovens acabem pagando caro demais por alguns erros. Também é verdade que muitos sofrem uma pressão excessiva dos pais, querendo nada além da perfeição. Mas a forma escolhida para mostrar isso que é equivocada. Ainda mais quando comparam esse erro a decisão que faria ele “perder” a vida. Além disso, comparando ele a um mendigo que fez as escolhas “erradas”. Mas piora quando, apesar disso tudo, ele ainda se torna bem sucedido, ou seja, ele teria sucesso em qualquer coisa que tentasse?

“The Fuck It List” é a definição mais clara de privilégios.