“Sintonia” entrega sua terceira temporada na Netflix, tem o melhor final, mas ainda não tem o encanto que fez estourar no início.

Na crítica da segunda temporada, eu já havia mencionado como a história começou a sair da esfera musical para dar foco em outras. Isso parece ser intensificado aqui, pois novamente, por mais que seja uma série que se vende como musical, não há bem um hit que a faça ser lembrada. Na primeira temporada temos duas que são marcantes, na segunda a parceria chega próximo desse sucesso, mas dessa vez, se teve música, não me lembro. Doni e sua carreira está mais ligado a indústria e questões de mercado, do que composição em si.

Rita continua sua vida na fé, inicialmente sendo também uma estrada na política. Contudo, desde o início vemos que quando a situação complica, ela recorre ao crime. Sendo assim, é bom que ela tenha saído dessa esfera, pois uma personagem interessante deixa as três esferas mais podres da sociedade: Religião, Crime e Política. Ao tornar seu caminho seu, ainda que mantenha sua fé, mas procura realmente ajudar e não conquistar mais reconhecimento.

Já em relação ao arco de Nando, o roteiro tende para uma redenção, apesar de considerar tardia. Ainda mais quando vemos, nessa mesma temporada, ele abandonar seus amigos pelo receio que tem sobre sua própria vida. Tendo em vista todos seus atos para chegar onde chegou, é no mínimo bizarro ele conseguir sair disso sem consequências. Que podem até rolar, já que é um dos mais populares e é até provável um fim para Doni, mas não para ele.

“Sintonia” começou como um musical que contava o sonho de um garoto para o sucesso, através do funk. Mas como é violência que vende, a música perdeu todo o espaço.