Crítica: Trocados
“Trocados” é um filme engraçado da Netflix. Afinal, tenta passar a mensagem de um filme natalino, mas na verdade o natal é parte bem pequena.
É natal, e como tal os pais são super animados em decorar a casa e fazer as mais variadas tradições com seus filhos. Contudo, as crianças agora já são adolescentes. Logo, toda essa animação soa como vergonha alheia. Sendo assim, ainda se distorcem para cobrir a agenda até que, em uma ocasião única de alinhamento de planetas, a família acaba trocando de corpos. Agora, os pais vivem na pele dos filhos e vice versa, até que aprendam mais e possam voltar para os corpos de origem.
Pois é, onde está o natal? Ele é utilizado como a desculpa para o conflito, e é o pano de fundo do calendário. Mas nada além disso. Troque o natal por, por exemplo, dia das mães, e terá o mesmo filme. Contudo, o filme é divertido e nos distrai bastante. E, se pensar bem, filmes de natal não são exatamente isso? Algo gostoso para deixar na TV enquanto a família está reunida e, talvez, nem prestando atenção.
Em meio a inúmeros filmes semelhantes, com abordagem até mais estruturadas, ao menos aqui ele se destaca na inventividade. A dinâmica dos pais e dos filhos funciona pela química dos atores que conseguem passar os momentos de aprendizagem e birra de uma forma convincente. A estratégia de trocar o bebê pelo cão é boa, mas pouco explorada. Usar pouco da dinâmica geracional foi arriscado, mas nada que o humor não contorne com as situações do dia a dia. Tento, inclusive, uma cena de beijo bem natural, mas tornando ela desconfortável e bizarra.
“Trocados” não troca apenas os personagens, mas também a estratégia de divulgação ao focar no feriado.