Crítica: Tron – Ares
Como bom fã da saga Tron, é preciso conter o lado emocional para olhar “Tron: Ares” com o olhar mais crítico possível. Quinze anos após Tron: Legacy, o novo capítulo da franquia chega tentando equilibrar nostalgia, avanço tecnológico e novas discussões sobre a era da inteligência artificial.

A trama se passa anos depois dos eventos do segundo filme. A empresa Flynn’s, criada pelo lendário Kevin Flynn, vive uma nova fase sob o comando de Kim, que busca aperfeiçoar um código capaz de permitir que entidades do mundo virtual existam no mundo físico sem desaparecer — o chamado “código de permanência”. Do outro lado, a corporação rival, liderada por um personagem vivido por Evan Peters, cria Ares, um programa-soldado projetado para agir como segurança de software e, eventualmente, como arma do governo. Mas, ao ganhar consciência própria, Ares começa a questionar sua função e sua própria humanidade.
O roteiro não é o ponto mais forte, mas nada que atrapalhe a experiência, especialmente para os fãs que já estão familiarizados com o universo Tron. A linguagem “nerd” de códigos, sistemas e IA faz parte da essência da franquia. Jared Leto entrega uma performance fria e calculada, adequada para o personagem.

Visualmente, Ares é um espetáculo. Os efeitos especiais estão mais refinados do que nunca, com uma estética neon impressionante e cenas de ação que parecem coreografias digitais. A trilha sonora do Nine Inch Nails injeta um clima de “rave tecnológica” constante, intensificando a imersão nesse mundo de luz e dados.
Tron: Ares pode não reinventar a narrativa de ficção científica, mas mantém viva a essência de um universo que sempre foi sobre a fronteira entre o homem e a máquina. É um filme que empolga quem é fã, diverte quem chega agora e ainda expande o mito digital criado nos anos 80.





