Crítica: Velocidade Total
“Velocidade Total” é um filme de ação tipo C, feito sob medida para quem quer simplesmente desligar o cérebro e assistir algo aleatório. A trama é básica: um assalto dá errado, e o protagonista parte numa missão frenética de resgate. O ritmo é acelerado do começo ao fim, sem espaço para pausas o filme parece gritar “adrenalina!” a cada cena.

Porém, o que poderia ser um bom entretenimento pipoca, esbarra em limitações bem claras. Os diálogos são rasos, a motivação dos personagens é clichê, e a conclusão dá a sensação de que o orçamento do roteiro acabou antes do final. Nada realmente se sustenta além da pirotecnia.
É curioso perceber que, apesar da nostalgia que muitos têm pelos filmes de ação dos anos 80 e 90, com seus heróis “brucutus”, essa linguagem envelheceu mal. E Velocidade Total insiste nela, como se não tivesse percebido que 30 anos se passaram. O resultado é um filme que tenta ser clássico, mas soa ultrapassado.

O protagonista, vivido por James Clayton, carece de carisma e profundidade. E é aí que entra talvez o único verdadeiro acerto do filme: o antagonista. Mais interessante e cativante que o herói, ele rouba as cenas em que aparece e nos faz imaginar um spin-off centrado nele. É o único personagem que parece ter alguma vida própria dentro dessa avalanche de explosões genéricas.
Visualmente, o filme entrega o prometido — ação, velocidade, caos. Mas quando o espetáculo termina, não sobra muita coisa. Velocidade Total corre muito, faz barulho, mas não diz nada. Para quem quer só movimento, pode servir. Para quem espera cinema com alguma substância, é apenas mais um título esquecível.





